segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Lendas Urbanas: O Jagunço Assassino- Parte Final

Olá galera. Essa é a segunda matéria a respeito das histórias em torno de Dioguinho, o jagunço que assassinou dezenas de pessoas e que segundo reza a lenda seria um homem de corpo- fechado. Acompanhem a continuação desta história de arrepiar.

Dioguinho Mata Novamente

O segundo crime de Dioguinho foi cruel. O pivô do homicídio foi sua sobrinha. A jovem garota envolveu-se com um homem que a seduziu e levou para cama ante a promessa de unirem-se em casamento. Os dois tiveram um relacionamento por algumas semanas, mas o homem a abandonou pouco depois de consumarem seu amor. Ao saber que a sobrinha havia sido seduzida por um facínora Dioguinho ficou terrivelmente irritado e começou a investigar o paradeiro do indivíduo que levara a inocente garota para a cama. Logo Dioguinho descobriu o paradeiro do rapaz. Ele encontrava-se na Vila de Passe Três no município de Itatuí (Hoje a cidade adquiriu o nome de Cesário Longe). Dioguinho teria montado em seu cavalo e açoitado o cavalo com violência. Era noite quando ele chegou a Itatuí. Encontrou o rapaz em um bar. Silenciosamente Dioguinho esperou que o jovem saísse do estabelecimento. O rapaz saiu do local e quando viu Dioguinho ficou assustado e começou a correr desesperado. Dioguinho seguiu o rapaz com seu cavalo marrom e desapareceram em meio a noite sombria.
 O rapaz entrou em um beco e Diogo pegou um porrete que levara para tal ocasião e bateu com violência sobre a cabeça do moço. O rapaz caiu no chão em um baque surdo sentindo o gosto metálico do sangue em sua boca. Dioguinho por sua vez bateu-lhe com força com o porrete de madeira seguidas vezes. O rapaz nem sequer ofereceu muita resistência porque a primeira porretada lhe deixara tonto e razoavelmente demente. Dioguinho bateu-lhe inúmeras vezes. O rapaz não demorou a morrer. 
Ele também foi absolvido por esse processo. Mas sua fama de homem vaidoso e explosivo capaz de matar quem lhe incomodasse de forma violenta, já começava a correr pelo povoado.

Uma Facada a Sangue Frio

Ele decidiu encaminhar-se até o baile da cidade acompanhado de sua mulher. Ao chegar ao estabelecimento colocou o chapéu novo que acabara de comprar sobre cadeira de uma das mesas em que sentava-se e acompanhado da esposa seguiu para que dançassem ao som de Tonico e Tinoco. Um desconhecido entrou no estabelecimento em busca de um local onde pudesse sentar-se. Puxou a cadeira onde Dioguinho deixara o chapéu e sentou-se sobre o mesmo sem notar-lhe. Dioguinho imediatamente seguiu em direção do rapagã, retirou o canivete da cinta e enfiou no peito do rapaz  até o cabo com agilidade sem sequer pronunciar uma palavra. O rapaz morreu naquele mesmo instante. Dioguinho também não seria punido por esse crime. Entretanto sua absolvição foi muito discutida pela opinião pública.
Quando decidiu mudar-se para o povoado de São Simão, Dioguinho já era conhecido como o maior produtor de café, havendo acumulado fortuna de forma ilícita. Dioguinho ficou conhecido na cidade devido ao seu passado macabro, e infiltrou-se entre os barões do café que lhe tratavam com cautela. Gostava de ir a festas e frequentar locais que eram exclusivos as famílias mais abastadas do lugarejo. Tornou-se um homem prestigiado, enquanto sua fortuna se acumulava gradualmente. Vaidoso, enriquecia-se lentamente, devido a lucratividade dos bens que adquiria com as suas maquinações, mostrando-se orgulhoso  descrevia com detalhe os crimes bárbaros cometidos. 
Trouxe para morar consigo seus três irmãos Theofilo, Afonso e Virgílio para morar em sua agora requintada residencia com a mulher e Joãozinho e José Olegário. Estes últimos tornaram-se aliados em sua vida de crimes.
Devido ao prestigio acumulado, e a amizade dos ambiciosos barões do café, apesar de sua vida criminosa com seu bando, Dioguinho, no ano de 1984, foi nomeado ao cargo de Oficial de Justiça da cidade de São Simão. Sua carreira de crime e delinquência estendia-se de forma mordaz. Ele matava friamente com sadismos e crueldade a mando dos barões e coronéis, adquirindo de tal forma riquezas e uma fama malévola. . Em todos os crimes saiu ileso, sem nunca ser condenado já que contava com a apoio de gente poderosa. Os arquivos da cidade registram que em determinado período ao ser interrogado para que relatasse o número de crimes cometidos ao longo dos anos, Dioguinho teria respondido:
- Matei vinte e quatro pessoas apenas, dotô.- disse ele sorrindo com maldade e intimidação.
Entretanto segundo os registros da cidade, Dioguinho teria matado mais de cem pessoas em São Simão e em toda região

O Mistério 

A famosa história de crimes sádicos a serem cometidos pelo pretêncioso assassino espalhava-se por
todo o país. Pessoas de posse encaminhavam-se até a fazenda de Diogo e lhe incumbiam de cometer os mais bárbaros e variados crimes em troca de quantia voluptuosa de dinheiro. O reinado de terror do jagunço assassino espalhava medo e caos por toda cidade.
O delegado Antônio Godoy de Figueira Castro e sua equipe encaminharam-se para a São Simão a fim de eliminar a ameaça que Dioguinho e seus comparsas começava a se tornar para tornar-se para toda a população da cidade. Uma busca implacável se iniciou destinada a captura do jagunço assassino e seu bando. Acuado Dioguinho escondeu-se em uma cabana as margens do Rio Mogi- Guaçú. Os policiais descobriram que o jagunço encontrava-se todos os dias ao entardecer com seu comparsa Joãozinho para buscar correspondência.
A patrulha escondeu-se e preparou uma tocaia para encarcerar os dois terríveis assassinos durante a
troca de telegramas. Isso aconteceu em 1 de Maio de 1987. O sol deitava-se em meio aos rochedos e uma luz dourada bruxuleante cobria as pradarias em meio aquele entardecer de morte. Os soldados preparavam-se para o momento do confronto, em meio a um momento de tensão sobrenatural, e suspense. 
Dioguinho surgiu em meio as águas do rio em sua canoa preparando-se para o encontro com seu comparsa do crime. Joãozinho esperava do outro lado do rio. A patrulha começou a atirar. Uma chuva estridente de balas começou a ecoar. Joãozinho foi baleado e caiu sobre o chão morto. Dioguinho ao notar o embuste pulou no rio e desapareceu instantaneamente em meio as águas. Como que levado por forças estranhas. O corpo de Joãozinho foi enterrado na cidade de São Simão no dia seguinte. O corpo de Dioguinho nunca foi encontrado.
Diz a lenda que Dioguinho tem o corpo fechado. E que continua cometendo crimes protegido pelas forças do mal.

Eu sou o Danilo Didho, e você esta é mais uma História Assombrada.

Fontes:

NOGUEIRA, Luiz Antônio. Dioguinho. Disponível em: <http://www.saosimao.net/ historia/dioguinho.htmll>. Acesso em: 02 dez. 2015.
SCHNEIDER, Marília. Além da justiça: o homicida Dioguinho e seus cúmplices. Justiça & História-revista do memorial do judiciário Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Porto Alegre: Centro de Memória do Judiciário, v. 3, n. 6, p. 131-159, Papel. 2003.
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PICCHIO, Luciana Stegagno. História da Literatura Brasileira, RJ, Editora Nova Aguilar, 1997

2 comentários:

  1. KKKKK velho .. Tipo, o cara era mercenário, e nem morrendo ele parou O.O foooooda ..

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    1. kkkkkkk. Realmente. Você tem razão. Continue acompanhando nossas matérias. Muito obrigado pelo comentário.

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