Na
História Sombria do hoje conheceremos Alvaro e sua esposa um casal que entra em
crise em uma união devastada pela comodidade. Infeliz com a união equivocada,
este pobre homem caminha até uma boate onde conhece Perséfone uma garota que o envolverá
em um romance que tem tudo para dar errado. Ele encontrará o que procura nos
braços da garota, mas descobrirá a duras penas que a infidelidade é um caminho
onde não há redenção...
Álvaro
Álvaro
entrou na mansão e apressou-se em caminhar até o quarto do bebê recém nascido.
Eliza sua esposa era uma mulher atraente apesar dos seus trinta anos. Possuía
uma longa cabeleira negra penteada delicadamente caindo sobre o fino robe de
seda. A bela mulher pousava os delicados olhos negros no roliço bebê recém
nascido que era a alegria do belo casal. Álvaro, era alto, magro e possuía
belos olhos azul esverdeados, a pele era morena e o rosto muito atraente.
Naquele dia ele chegou cansado do trabalho na firma de advocacia. Sua cabeça
estava levemente dolorida pois havia passado parte da noite revisando uma
grande quantidade de papéis. A esposa ninava o pequeno bebê carinhosamente. Ele
inclinou-se para tomar-lhe um beijo. Mas Eliza repudiou-o. Estava cansada. Os carinhos
do marido eram-lhe terrivelmente incômodos naquela noite quente de primavera.
-
O que acha de jantarmos em um restaurante italiano hoje, meu amor?-perguntou-lhe
o belo rapagão com um sorriso carinhoso.
-
Fica para outra ocasião. –disse com doçura a bela mulher.- Realmente estou
exausta. A criança é uma grande dádiva mas ocupa muito o meu tempo. Eu
realmente preciso dormir um pouco antes que Carolina acorde novamente.
-
Mas eu estava ansioso para sair desta mansão um pouco meu amor. Agora que a
criança já nasceu podemos encontrar uma babá. Deixa-la com alguém experiente,
eu sinto falta de nossas caminhadas durante a noite. De nossos jantares nos
melhores restaurantes. De nossos passeios com nossos amigos. Ultimamente você
tem mantido-se trancada nesta mansão, dedicando todo seu tempo ao nosso
bebezinho e esquece-se por vezes de nós e nosso casamento que a pouco tempo era
magnifico e harmonioso, meu amor.
-
Eu sinto muito.- disse a bela Eliza com tristeza nos olhos.- Mas o bebê chorou
durante todo o dia. Porque não sai sozinho? Tenho certeza de que encontrará
alguma diversão sem minha presença. Eu estou exausta Álvaro querido, o bebê
realmente tem cobrado muito de mim. Ao menos até acostumarmo-nos teremos de trocar
de hábitos. O bebê é real, eu realizei meu sonho, creio que é necessário nos
abnegarmos de certos prazeres, para o bem de nossa pequenina.
Aborrecido,
Álvaro caminhou até a BMW na solidão da garagem da enorme casa no bairro nobre
da cidade. Enquanto dirigia, distraidamente pela cidade iluminada, Álvaro
viu-se tomado de fúria por Eliza, que desde a gravidez, abanadora- lhe para
viver em função da maldita criança. Com raiva, e agonizando por maus
pensamentos, Álvaro dirigiu-se até o prostibulo da cidade onde garotas nuas
dançavam agitadamente ao som da música frenética. Sentindo-se infeliz e traído,
Álvaro sentou-se sobre o bar e tomou desgostoso um copo de caipirinha e comeu
alguns petiscos. Madame Laura, agora velha e enrugada e maquiada de forma pouco
favorável ao rosto envelhecido aproximou-se desajeitadamente, tentando caminhar
com a elegância que tivera em tempos distantes. Ela aproximou-se do rapaz e
sorriu mostrando os dentes amarelados tingidos pelo batom azul enquanto
bebericava uma caneca de vinho com ervas.
-
Álvaro, meu jovem, a quanto tempo não te vejo! –exclamou com um sorriso
caloroso.
-
Bem, desde que casei-me não retornei mais. –disse ele com tristeza.- Mas hoje
fiquei nostálgico e decidi reencontrar os velhos amigos.
-
Venha comigo, menino.- disse a mulher puxando-o em meio a multidão.- Eu
realmente acreditei que aquela Eliza caprichosa havia-o transformado em um
homem absento dos verdadeiros prazeres deste mundo. –disse com um sorriso
dengoso. – Mas o bom filho sempre a casa torna. Venha meu anjo. Temos uma
menina nova e bela como você jamais verá. Ela irá cuidar direitinho de você
nesta noite tão gélida e solitária meu bem.- tagarelava a velha e gorda mulher
enquanto arrastava-o sobre as luzes coloridas e em meio as mulheres de pouca
roupa que serviam taças de champanhe. Álvaro já preparava-se para recusar o
convite da velhota quando deparou-se com uma bela e pálida morena de olhos
azuis. Os brilhantes e sedutores, o corpo vestido com um maiô cor de anil era
extremamente pálido e excitante. A boca era formosa e estava convidativa
tingida de vermelho sangue. Os cabelos, tão negros como a noite, possuíam pequenas
mechas tingidas de um louro tão pálido que chegava a ser branco. Ele encantou-se
perdidamente por Perséfone assim que via-a a sua frente.
A
jovem levantou-se sinuosamente e caminhou até o rapaz com um sorriso
encantador.
-
Olá meu amor.- disse com doçura e sedução na voz sibilante.
Enquanto
ele caminhava de braços dados com a bela jovem até o BMW, ele disse para si
mesmo em pensamentos: Umas férias do
casamento apenas por uma noite não farão mal algum. A bela e pálida garota,
parecendo ouvir-lhe as divagações disse coma voz carinhosa:
-
Tenho certeza que não arrependerá- se desta noite meu bem. Aliás, estou certa
de que até mesmo pedirá mais.- No motel, sob a luz azulada do luar, o casal
amou-se perdida e profanamente. A dengosa garota fê-lo enlouquecer de prazer
com charme e com sua boca macia e sedenta. Ele tomou-a enlouquecido de prazer e
esqueceu-se até mesmo do próprio nome nos braços da bela menina. Foi uma noite
perfeita e surpreendente, que deixou-o extasiado. Quando saiu daquele quarto no
entanto, e dirigiu-se para a mansão, onde a delicada Eliza aguardava- no dormindo
descuidadamente sobre o sofá, ele sentiu-se invadido pelo remorso a
arrependimento...
Eliza
Na
manhã seguinte Eliza notou um comportamento estranho com Álvaro. O marido
estava distante e parecia infeliz.
-
Onde você foi na noite passada?-perguntou-lhe a mulher. – Esperei-o no sofá até
tarde.
Os
olhos dele estavam cheios de remorso quando beijou-a com a boca quente e doce.
Ela sentiu carinho no beijo do homem, mas também notou certo alheiamento.
Durante todo o dia o marido cumpriu suas obrigações, mas de forma maquinal.
Enquanto arrumava as flores do jardim distraidamente, Eliza ouviu um estranho
barulho no andar de cima da mansão. Ela correu apressadamente até o quarto de
seu bebê que chorava desconsoladamente. Uma lufada de ar frio bateu contra seu
rosto. A janela do quarto estava aberta. Ela correu até o berço e começou a
embalar a criança. Álvaro ainda mais estranho seguiu até a empresa.
Do
lado de fora da mansão vultos esgueiravam-se pela janela...
Durante
a noite, Eliza percebeu que seu marido comportava-se de maneira sistemática e
anormal. Enquanto conversavam, percebeu que o rapaz estava facilmente irritável
e arredio. A noite estava quente e sufocante. Quando ela deu um beijo no homem,
sentiu certo repúdio no rosto apalermado. Após ninar o bebê, Eliza deitou-se
preocupada. Era como se forças malignas começassem lentamente a agir em sua
casa. Ela percebera-o no choro do bêbe, não era um choro de irritação. Ela
notou certo terror no rosto da criança que balbucilhava desesperadamente em seu
colo agora. Com uma sensação estranha de alarme, Eliza deitou o bebê no berço.
Com as pernas doloridas, a moça deitou-se pesadamente ao lado do marido na cama
percebendo que este continuava acordado, tentando dar atenção ao texto de um
livro qualquer. Eliza deitou-se na cama e dormiu pesadamente após um cansativo
dia de cuidados com o bebê.
Nem
sequer percebeu que seu marido levantou-se da cama e desceu apressadamente até
a garagem em meio as sombras da noite.
Álvaro
-
Onde esta ela?- perguntou Álvaro segurando com força no braço de madame Laura
em meio a multidão fervilhante da noite.
-
Veio procurar a minha Perséfone?-perguntou madame Laura com a voz enrolada pela
bebida.- Eu sabia que iria gostar da minha menina e que voltaria querendo mais!
–exclamou com os olhos brilhantes. – Venha docinho! Eu te levo até ela.
Perséfone,
com uma curta saia negra e dourado, aguardava-o encarando-o com o mesmo encanto
de sempre nos olhos brilhantes e sedutores. Ele encarou-a sentindo-se
enlouquecido com sua beleza sombria. Ambos de mãos dadas seguiram de carro até
um hotel de luxo. Álvaro destampou uma garrafa de vodka e disse:
-
Eu não consegui esquecer-te durante todo o dia. Tudo o que eu queria era seguir
até a boate e pegar-te no meu carro. Só agora, quando estou ao teu lado
sinto-me feliz.
A
jovem sorriu sensual:
-
Que bom que gosta de mim. –disse beijando-lhe delicadamente o pescoço.- Agora
eu sou sua meu anjo.- sussurrou-lhe no ouvido.- Temos toda a noite para nos
divertirmos. E agarrou-o em um frenesi enlouquecido e desesperado beijando-o
voluptosamente. Na manhã seguinte, Álvaro acordou cansado no carro. Não
lembrava-se de muita coisa da noite passada, apenas ouvia em sua mente as
palavras que traduziam a noite anterior: boca, dente, língua, boca, dente
língua, língua, boca e dente...
No
dia seguinte nada mais importava a não ser reencontrar-se com Perséfone.
Eliza
As
saídas de Álvaro tornavam-se mais frequentes a cada dia. Ele deixava-a sozinha
por horas e não importava-se mais com o bebê. A criança ficava muito irritada quando
o pai se aproximava. E até mesmo Eliza começava a desgostar de ter Álvaro por
perto. Era como se sempre que estivesse próxima ao homem, ela sentisse uma
energia sobrenatural e pesada. Algo possuía seu marido e estava afastando-o
dela a cada dia que passava-se.
Certa
noite Eliza grudou nos braços de Álvaro agilmente. Os olhos estavam húmidos e
infelizes. Ela murmurou:
-
O que esta acontecendo com você Álvaro. Diga-me para onde vai. O que esta
acontecendo contigo?-perguntou a jovem desesperada.
-
Basta mulher. Deixa-me ir!- exclamou o rapaz violentamente.
-
Álvaro me escuta! Isso não é correto. Esta comportando-se como uma criança! Eu
o amo! Não pode acabar com tudo que construímos durante todo este tempo!
-
Não me toque!- murmurou ele desajeitadamente.- Eu... preciso ir... Ela precisa
de mim!
No
quarto o bebê começou a chorar por causa do barulho. Assim como a criança ela
sentia algo estranho no ar. Uma força negra e maligna que possuía o rapaz. Ele
caminhou até a porta. Eliza deixou-se cair no sofá ofegante. Algo não estava
certo. Algo maligno estava tomando seu marido. Ela desceu lentamente até a
garagem e seguiu-o tomando cuidado para não ser percebida, entrou no carro e
dirigiu o veículo acompanhando descontroladamente a BMW do seu amado homem.
Álvaro
Ele
dirigia o carro em meio a noite sombria e escura. Perséfone acariciava- lhe o
abdomem sedutoramente. Ele estava feliz e a sua sede maldita era novamente
saciada. Pois estava ao lado da víbora. A víbora que lançara-lhe um feitiço e enlouquecia-o.
O carro seguiu parando em uma rodovia semi deserta. Ele rapidamente livrou-a do
top e os seios pálidos saltaram brilhando em meio a noite. Ele tomou-nos sofregamente
em transe e loucura. Ela beijou-o ronronando felinamente em seu ouvido. Ele
retirou-lhe a blusa e segurou-no encaixando-o em seu corpo. Ele penetrou-a
enquanto ouviam-se passos aproximando-se apressadamente.
-
Seu verme! –exclamou Eliza sem acreditar no que via.
-
Vá embora!- disse-lhe Persefone com um sorriso venenoso nos lábios vermelhos de
batom.
-
Álvaro seu desgraçado! Eu lhe odeio!- exclamou Eliza horrorizada enquanto ele
olhava-a atordoado e nervoso.
-
Vá embora. Vão embora você e sua criança. Ele é meu! Meu!- disse a mulher
começando a beija-lo no pescoço e enlouquecendo-o de prazer deixando-o
novamente em transe.
-
Álvaro!- exclamou Eliza em prantos.- Não vê que essa criatura esta fazendo de
tudo para nos afastar?-perguntou Eliza enojada enquanto os dois beijavam-se
sofregamente em um extase infernal e malévolo.
-
Vá embora!- exclamou a víbora em meio aos beijos.- Não quero nada com você nem
com a sua criança. Vão embora!- exclamou dando uma gargalhada macabra.
Álvaro
em transe continuava com os beijos e nem sequer notou a esposa afastando-se do
carro em passos pesados e com raiva.
Eliza
Ela
ainda tinha uma sensação de irrealidade. Era como se aquela cena louca que se
passara a poucos instantes fizesse parte de um terrível pesadelo. De um filme
de terror. Aquela mulher, ou o que quer que fosse aquela coisa, tomara o seu
marido. Ele nunca mais seria dela. Pertencia agora aquela bruxa ou o que quer
que fosse aquela menina. Ela entrou no quarto de seu filho apressadamente.
Pegou a criança de colo e arrumou as malas fatigada. Ele que ficasse com aquela
vadia. Ela estava farta das noites insones que passara esperando-o. Estava
farta dele e do seu egoísmo medíocre. Sentindo-se triste e exausta, Eliza
carregou desajeitadamente o bebê e mala até o carro. Seguiria para a casa de
seus pais. Talvez algum dia conversasse melhor com aquele homem demente que
tornara-se seu marido. Talvez algum dia ele se curasse daquele vício maldito
por aquela mulher idiota. Ela ligou o carro. Deu uma última olhada para a
mansão que um dia fora seu lar. O carro seguiu em meio a noite. Eliza ou o bebê
nunca mais reencontrariam- se com Álvaro.
Perséfone
A
criatura sorriu macabramente. Agora Álvaro estava só e a sua disposição.
Destruíra uma família. Mais uma. Mas logo Álvaro não teria mais importância.
Ela sorriu. Enquanto olhava distraidamente para Álvaro na cama de motel.
Acordou-o com um de seus melhores sorrisos encantadores. Ele abriu os olhos
consternado. Ela tomou-lhe a boca com paixão. Ele encarou-a perdidamente por
algum tempo. Ela arreganhou a bocarra. As duas presas pálidas alongaram-se
macabramente. Ela notou terror no rosto confuso do cara. Ela colocou o dedo
indicador entre a boca sobre as presas protuberantes.
-
Sssshhhhhhhhh. –disse carinhosamente.
Ele
acalmou-se. Ela inclinou-se lentamente até o seu pescoço. Mordeu-o com força. O
homem continuava a sorrir embasbacadamente. Enquanto sugava, a vampira pensava
friamente: Ele não tem mais com quem importar-se.
Não é tão mal assim. E sugou o liquido acermelhado até a última gota. Agora
Álvaro estava caído e morto sobre a cama de casal. Após uma ducha rápida,
Persefone olhou novamente no espelho enquanto passava batom. Nunca cansara-se
da sua beleza. Colocou o estojo de maquiagem na bolsa e seguiu até a BMW de Álvaro,
colocando o corpo no porta malas. Enquanto saia, acenou para o dono do motel.
Agora precisava preocupar-se com o corpo. Seria fácil faze-lo desaparecer. E
depois, haveriam outros adoráveis encontros na boate da trouxa da madame Laura.
Ela sabia que o futuro lhe reservava dúzias de alegrias quando estabelecesse-se
em outra cidade com dinheiro que estorquira do idiota do Álvaro. Sabe como é
não? Lugar novo. Sangue novo.
Fim
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